terça-feira, novembro 20, 2007

Os Amantes

Chora um pobre menino tolo,
A saudade de um Amor
Que ainda não partira...
Que mesmo presente,
Sentido em seu peito,
Já lhe dava sinais
Da distância que lhe doía!

Não há, agora, mais
Os afagos e as carícias
Dos amantes entregues
Ao êxtase do Amor Intenso!
Nem os risos e as juras,
Que tão bem viviam
Entre os lençóis e as cobertas
Do ninho que construíram...!

Somente uma tosca distância,
Sem sentido,
Habita o que antes era
Ocupado por palavras, urros e gemidos!

Ai, que um sonho se faz
No brilho do olhar dos Amantes,
Entregues por completo
Ao incerto que o Amor nos conduz,
Sem saber voltar
Ao porto seguro da razão
Que os tolos tanto lhes cobram...!

Ainda agora, estavam juntos!
Mas a amargura e a ignóbil distância
Não lhes vence o que
Na lágrima que pelo rosto corre,
Reflete na forma doce,
E puramente alucinada,
De amar o desmedido Amor!


Jorge Alberto Neves*
03/09/2006 - 23:41:40

* obra protegida por copyright

Assim Caminha

Aprisionados em medos e idéias,
Pelas avenidas de cidades horríveis,
Caminham os homens
A passos perdidos...!

Embalados por ideais e ordens,
Que de suas vidas não possuem Amor,
Caminham os soldados
A passos largos!

Alinhados em fila a entrar na escola,
Plenos das fantasias e dos sonhos de seus pais,
Caminham as crianças
A passos tímidos...


Todos conduzidos por ordens alheias...
... todos perdidos em pensamentos
Que não são seus...
Assim caminhamos nossas vidas
De um ponto a outro,
Trilhando, suando e ansiando
Um dia, chegar a lugar algum...

Dos passos que dá,
O homem somente uma verdade aprende:
Não mais pode voltar à inocência
Do tempo em que, parado,
Somente ao seu coração ouvia!
...
Era dono de seus pensamentos
... e, hoje, perdeu a própria vida!


Jorge Alberto Neves*
31/08/2006 - 08:37:45

* obra protegida por copyright

Palavras de Amor

Quem me dera,
De minha boca
Só me saíssem
Palavras de Amor!

Às vezes, exausto e perdido,
Me entrego sem resistência
À tentação de ser igual...!

Em muitas das vezes,
Não enxergo o pedaço de verdade
Que paira diante de mim,
Pendente dos céus
Como que por um astro, pendurado!

Assim, vivo perdido
Entre a insanidade e a razão,
Sonhando com o dia
Em que só direi palavras de Amor!


Jorge Alberto Neves*
21/04/2006 - 10:53:20


* obra protegida por copyright