sábado, maio 28, 2005

Tempo Ocioso

I

No tempo que passa
Dos minutos que espero,
Navego meus mundos perfeitos
Pensando encontrar grande coisa!

No vazio que se fez,
Encontro um nada em mim mesmo!
Estou tão vazio,
Tão sozinho e tão distante,
Que já nada encontro,
A não ser um rosto alheio
Olhando para mim em um espelho!

Quem me dera encontrasse um amigo!
Como confortaria a doce palavra,
De um olá qualquer...!
Mas eis que eu, tão mortalmente ocioso,
E já há muito longínqüo,
Me perco em versos tristes
Enquanto os minutos passam e
Não os vivo!


II

Ainda agora, me veio uma vontade,
Daquelas que nos anima o peito
E nos enche de orgulho!

A vivi em intenso e frenético segundo
Que, depois, foi seguido,
Pela dor de um nada ter realizado!

Meu coração não tão novo e dolorido,
Carente em sua ânsia de a tudo amar,
Faltou ao dever de desejar
Aquela vontade incontida!

Nada fez e nada se produziu!
Jaz, agora, a vontade morta
Entre escombros de mágoa,
Junto a moribundos bens-me quer de alguem!

Sorri em seu momento último!
Vai-se embora pois da vida
Só a mágoa, com doçura, lhe visitou...!


Jorge Alberto Neves*
27/05/2005 - 17:29:54


*obra protgida por copyright

segunda-feira, maio 16, 2005

Transcendental

Às vezes desejo me transportar pelo tempo-espaço,
Sentir o correr do tempo...
Ver o innexplicável, sentir o incrível...

O cosmos emana energia
Que faz com que eu prossiga a viagem;
Sou um cosmos dentro do Cosmos...

E nessa energia transcedental,
Me guio no tempo,
Vejo as descobertas... as guerras...
O início da vida, que nasce em mim agora.

Essa energia que chega até mim
É pura e me faz crescer, expandir...
E EXPLODIR... feito uma estrela supernova
Virar pó na ânsia de viver...

...Agora sou a própria energia transcedental
Que vaga agora pelo universo
Procurando algo essencial...

Em mim, nascerão outras estrelas
Como a Phoênix das cinzas
Que me ajudarão na procura...

Sou livre, solto... sou eu...
No sentido completo do Eu...
... À procura do Amor.


Jorge Alberto Neves*
1982


*obra protegida por copyright

sexta-feira, maio 13, 2005

O Sonho e A Vigília


I

A fronteira entre minha fé
E a descrença,
Nada mais é do que
Espasmos insanos
Em meio à lucidez idiota
Que os outros esperam de mim!

E entre os sonhos e a realidade,
Vou cambaleante entre sombras
Perdidas em minha mente
Agonizante...
...!
Já sou demente ao não
Sentir ao nada em mim mesmo!

Qual nada mais vale
Senão passar eras entre
Os sonhos e a vigília...

II

Vivo meus sonhos
Como fuga do presente que não sou!

A vida que tenho,
Me a desejaram!

Da vida que gostaria,
As chances me as aprisionaram!

A vida que tive,
Colocaram-na em um porta-retrato, na estante...

Nos suspiros e nas lágrimas
Que ora correm por meu rosto,
Deposito a esperança
De um dia acordar...

O que querem? O que realmente
Desejam eles?

Ainda não sei...
Apenas sinto os grilhões
Às minhas mãos apertar!


Jorge Alberto Neves*
18/02/2005 - 10:48:25

*obra protegida por copyright

quarta-feira, maio 11, 2005

Vadio, Errante, Perdido!

Quem me dera fosse eu um vadio ao canto
Deitado à relva, observando tuas formas nuas
Para depois deitar sobre teu corpo quente
E dar um sentido à minha existência errante...

Quem me dera pudesse ser largado e sem rumo,
Para, ao final da jornada, depois de tudo,
Poder encontrar meu destino em teu seio de fêmea-mãe eterna...

Quem me dera, vadio que sou, poder ser completo e intenso
No bailar de teus quadris ao dançar entre tuas coxas divinas...

Quem me dera pudesse eu fazer-me eterno
Ao ter-me a semente depositada em teu ventre...

Quem me dera, vadio, errante, perdido, encontrar meu último destino e propósito,
No dar-te o prazer extremo do tesão sublime!

Quem me dera... Ah, meu Deus... Quem me dera!


Jorge Alberto Neves*
01/10/2004 – 22:31:00


* obra protegida por copyright

segunda-feira, maio 09, 2005

Poesia

Meu amor que nunca vem
Nunca parte, nunca volta,
É minha tortura insana
Dos desejos que não possuo
Negando a mim mesmo
Como ao amante,
Chorando sua partida eterna
Sem jamais, nem nunca
Ter partido!

Meu mundo plástico e de ilusão,
Me embala como presente aos Deuses,
Em meu sacrifício profano da paixão
Que já se foi e nunca volta...

E onde estou, não importa!
Apenas não sou, não importa!
Todo o tempo, será talvez,
Mas não importa!

O tempo passou para
O meu amor partido,
Já ido!

Foi-se de mim,
Como nunca perdi ninguem!


Jorge Alberto Neves*
15/09/2003 - 11:58:12

*obra protegida por copyright

"Everything That Has a Beginning, Has an End"

I've started this blog in order to post my poems, my thoughts and anything I consider valuable, in English and Portuguese.

Hope you all enjoy it!

Best regards!!!

Jorge