sábado, setembro 10, 2011

Versos De Um Menino

Do que me vale
Escrever palavras belas,
E de estilo rebuscado,
Se não poderão entendê-las,
Mesmo que o texto tenham ensaiado,
No sinal que do tudo, nada sabem?

Não publicarei as emoções,
Pois, assim, as despejaria
De meu coração de menino
E lança-las ao mundo não poderia,
Mesmo que com impulso destemido,
Que embala dos amantes, os corações!

Deixem que a poesia viva,
No papel e na caneta,
Orquestrados pela simples vontade de escrever
Para que meu peito a Vida sinta
Rasgando céus apaixonados feito cometa,
Sem ter para onde ir, apenas viver!

Meus versos de menino,
Somente podem ser lidos
Por aqueles que não cresceram,
Que ainda se pensam pequeninos,
Movidos por sonhos incontidos,
Das durezas da vida, que muito bem viveram!


Jorge Alberto Neves*
10/09/2011 - 22:07:49


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A Pequena Morte

O tempo já não passa,
Para os loucos que
Verdadeiramente amam!

Mergulham no Mar
Da delícia do Amar demais,
Para ressurgirem puros,
Completamente tomados (molhados)
Em Amor!

E, se entre os lençois,
Te entreguei meu coração inteiro,
Foi porque, no instante máximo,
Explodi feito um deus,
Me fazendo eterno em Amor,
Na pequena morte,
Do instante em que te fiz minha!


Jorge Alberto Neves*
11/09/2011 - 09:48:07

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quinta-feira, setembro 01, 2011

O Amor Súbito

I

O Amor súbito, de forma inesperada,
É a canção que embala os corações,
No sonho de serem crianças, outra vez!

E, já que não é apenas fogo,
Que se esgota e sufoca num instante,
Mas, brasa intensa que protege e anima os Amantes,

Se transmite no olhar apaixonado,
No toque suave,
No beijar intenso e desmedido,
Na entrega dos corpos ardentes,
Entre juras e promessas eternas,
Quanto o gozo vem...

II

Na surpresa do amar subitamente,
Reside o grande mistério da vida e da morte...

Nascemos para uma nova vida,
Morremos para os dias já idos,
Quando tudo havia, menos o Amor!



Jorge Alberto Neves*
01/09/2011 – 07:27:49

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sábado, outubro 30, 2010

Soneto de "Bom Dia"

Um dia que começa,
E como a luz que dispersa o sono,
Ou as vozes que te esquecem os sonhos,
No momento em que a consciência desperta!

A felicidade que se deseja,
É o combustível para amizades sinceras,
Daquelas que nunca desistes ou renegas,
Seja lá onde quer que o amigo esteja!

Feliz dia para quem é vivo e desperto!
E, amor para aqueles que no peito arde,
O sentimento forte, quente e irrequieto.

Mesmo para aquele distante ou que agora parte,
Desejo o melhor dos dias, por certo,
E o amor profundo que no peito dos loucos bate!


Jorge Alberto Neves*
30/10/2010 - 07:51:07

*obra protegida por copyright

segunda-feira, outubro 18, 2010

O Doce Momento Apaixonado

Quanta beleza há.
Nas juras de um casal enamorado.


Tão fascinados em sua ternura,
Que nem percebem o terror das dores alheias...!


Os olhos brilham,
Os dois suspiram
Bailados no doce amor
Dos gestos e das palavras,
De um doce momento apaixonado!


Jorge Alberto Neves*
16/10/2010 - 20:00:20


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segunda-feira, outubro 11, 2010

Poema para um Aniversário

A passagem de teus anos,
É como o fermento de um vinho antigo,
Que aperfeiçoa tua essência de fêmea,
E te cria uma aura de santa, de divina!

A idade te cai bem,
Como o reconhecimento de teu sucesso,
Na arte do Amar, do Ter e do Poder!

És a dama linda que encontro todas as noites...
... és minha mulher eterna a morar em
Meu abraço apaixonado!

Ainda agora eras uma menina...
Já, mulher, me és ainda mais preciosa!
Tal como o diamante que um dia achei em meio ao caos,
De tantas dores e lutas que eram minha vida sem ti!

Hoje, teu dia é mágico!
Tal qual teu olhar amoroso...
Em teu aniversário tão lindo e formoso,
A emocionar o homem que te ama,
No privilégio de poder te chamar, minha!

 
Jorge Alberto Neves*
11/10/2010 - 13:50:33

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sábado, outubro 02, 2010

Desencontros

Minhas mãos não te encontram,
E meus lábios já não te alcançam!
Sigo meus passos na lembrança
De teus olhos lindos!

Nos desencontros perdidos de idas e vindas,
Nossas peles não se tocam,
Deixando a dor calada e angustiada,
Vivendo num canto do coração!

Quando vou, tu já voltas.
Quando volto, tu és quem parte!
Nossos peitos não merecem tanta dor!
Hei de, uma vez, beijá-la fora de meus delírios...

Nosso amor é um sonho irrealizado,
Como em poemas e romances bem antigos!
Que nos causam a angústia de um encontro,
Ainda que breve,
Para poder viver o amor,
Da forma intensa que merece!

Mas os desencontros são infindos,
Doloridos, corroídos e eternos,
Torturando meu peito que te deseja em paixão!


Jorge Alberto Neves*
02/10/2010 - 08:01:20


*obra protegida por copyright

quinta-feira, setembro 23, 2010

A Mão Que Já Não Toca...

Eu finjo e sinto em linhas tortas,
O amor de um passado antigo que já não importa,
Na lembrança doída e distante,
Que me corta o peito qual dor lancinante.

Em imagens e sons que já não existem,
O amor passado, sofrido que ainda insiste,
Voltar à memória do que é agora,
Sem ver que já é morto, foi embora!

A mão distante já não toca,
E a imagem borrada, o olhar já não foca.
Está perdida tal como uma obra esquecida.

Entre os livros de uma estante que já não importa,
Pois passado que é de uma vida,
Distante e sofrida.


 
Jorge Alberto Neves*
15/09/2010 - 08:34:10

*obra protegida por copyright

As Formigas

O tempo são estas formigas
Passando por uma trilha
Sobre a mesa onde como.

E sempre estou perdido em um tempo qualquer,
Pois não tenho mais nenhuma referência do
Onde, do quando e do quem sou ou estou!

Perdi-me! Esta é a verdade!
Nada mais sei, pois nada quero,
Mais nada, há em mim!

Cansei-me de mim mesmo
Como um asco que me
Repugna para o que me tornei,
Mais do que para o que eu deveria ser...

Depois...
O depois já não mais existe
Pois as formigas se foram,
Sem deixar nenhum rastro para trás!

 
Jorge Alberto Neves* 
13/07/2009 - 22:43:34

*obra protegida por copyright

sábado, setembro 18, 2010

Rabiscos Pretenciosos

Escrevo na pretensão de achar que meus rabiscos
Tornariam o papel mais digno
Do que o vazio de sua brancura

Quanta prepotência há no poeta que pensa
Ter seus sentimentos a dignidade de
Serem lidos por alguém...!

Como podemos ser tão arrogantes, quando
Não percebemos a leveza do vôo da ave,
A magia do correr do rio
E o fascínio que impõe a lua
Ao coração dos casais apaixonados...

Quanta tolice há no peito do poderoso
Que pensando controlar os seres, não
Alcança ser o senhor de seus instintos...!

…! Quão triste é a imprudência de nos
Entregarmos aos momentos da paixão, na
Cegueira que nos confunde com o amor...!

Tolices! Tolices! Tolices!

Palavras soltas e vagas a deplorar
A alma e a cândida virgindade
De uma folha de papel em branco...


Jorge Alberto Neves*

17/07/00 - 12:03:43
*obra protegida por copyright

Não Mais Posso Me Perder

Não mais posso me perder
Em conceitos que agrilhoam
A alma dos que nada sabem...

Vi o pedaço que me cabia
Do todo da verdade que não existe.

Nenhum conceito me dará sabedoria
De que em nada está o tudo
Que sempre busquei!

Hoje me vejo
Reconheço meu rosto que não sou eu!
Desconheço tudo o que digo ser...
… Nada do que diga fará sentido,
Na forma limitada das palavras
Tentando compreender a glória
Do que não posso mais fazer.



Jorge Alberto Neves*

28/10/2003 - 23:11:01
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Poesia d'Além Mar

Minha Bíblia é a Poesia Lusitana,
Na qual "Os Lusíadas", de Camões, é o Antigo Testamento,
E Fernando Pessoa,
Junto com Alberto Caeiro, Alvaro de Campos e Ricardo Reis,
(seus heteônimos)
São os Evangelistas a compor o Novo Testamento.

São versos soltos a contar de um povo,
Toda a sorte, orgulho, valentia e morte,
Perdidos por mares nunca d'antes navegados,
E regressando, quando o logravam,
De terras já muito idas e distantes!

Eis que luso que sou, me faço vivo,
Nas linhas de Pessoa, de Camões de de tantos outros,
Que dão ao povo extremo orgulho e gosto,
De serem desta terra, filhos com extremo amor!

Que venham mares e terras por se descobrir!
Eis aqui, o povo valente e desbravador!
Cuja história cantada em versos loucos,
É lembrada para sempre, no peito de todos!


 Jorge Alberto Neves*


18/09/2010 - 10:33:10
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terça-feira, setembro 07, 2010

O Partir e o Voltar

Ai que da partida só me fica a dor
E da volta, a esperança já sentida!

Parto, agora, para longe,
Mas volto para o porto que não deixei!

Meu coração é a nau com velas cheias
Embalada ao vento da Paixão e do Amor,
Leva meu barco aos mares distantes
Deixa a saudade de quem no porto ficou!

Ao olhar o céu estrelado,
Guio o meu rumo a dentro ao mar!

Limpo do rosto as lágrimas já roladas
Boto na face um sorriso bem lambido pelo vento...!

Eu já volto, não mais parto!
Vejo ao longe meu porto querido e amado!


Jorge Alberto Neves*
08.10.2004 – 10:34:30

*obra protegida por copyright

domingo, setembro 05, 2010

Permita-me Encontrar

(I)

Permita-me encontrar
a doçura em teus olhos.
Permita-me refrescar-me
na suavidade de teu cheiro...
Permita-me repousar
na maciez de teu colo.
Permita-me ser completo
na metade de minha existência
que encontrei em teu coração.

So assim serei eterno
posto que tua pureza me fez vivo!
...
Louco, alucinado às alturas,
pois meu combustível é teu
bem querer!

Mágico, intocado e amante
no sonho de possuir-te minha,
menina e mulher
de meus devaneios noturnos...


(II)

No sonho que tive à noite,
tu caminhavas, linda,
por entre flores, num bosque
e os pássaros e outros animais
vinham felizes celebrar tua doçura...!

Quando acordei,
vi que eras meu mistério profundo.
A chave de minha alquimia,
qual fórmula antiga, indecifrada
vista completa aos olhos iniciados!

... A verdade me brilhou,
e ela tinha a luz de teu sorriso!
... O amor me tocou
e ele tinha o gosto de teus lábios...

Loucura! Fantasia! Paixão!
Devaneios loucos de um alucinado
no coração...!



Jorge Alberto Neves*
30.07.01 - 20:17:24

*obra protegida por copyright

O Poema Que Não Foi

Havia de tê-la escrito
No momento em que me chegou.
Agora, que se foi,
As palavras, para mim,
Estão perdidas.

A poesia nasceu, mas não viveu!
Não a escrevi e, agora, passou.
Não me lembro.
Coisa que não deu fruto, se perdeu!

Obra irrealizada do poeta descuidado!
Perdida! Partiu-se! Morreu!

Existiu natimorta em minha mente,
Mas que, não escrita,
Jaz morta num canto preguiçoso
De minha mão inerte.
Inexistente poesia não escrita
E lida...!


Jorge Alberto Neves*

29.07.02 – 11:22:45

*obra protegida por copyright

A Novidade

De tudo o que for novo,
quero ser a novidade...!

Do início de tudo,
quero ser o frisson pelo novo...!

Assim, quero minha vida louca...
... Doce, irresponsável e solta!
Quero a alucinação de ser vivo!
A liberdade do sorriso frouxo...
... O início, o medo e a
inexperiência...!

Quero ser o novo tornando-me
o extremamente velho...!
Assim, desejo o tudo e o nada
na ânsia de produzir
grande obra,
agora, que por primeiro
escrevo poesias em um
caderno novo...!


Jorge Alberto Neves*

10.10.00 - 21:10:10

*obra protegida por copyright

terça-feira, novembro 20, 2007

Os Amantes

Chora um pobre menino tolo,
A saudade de um Amor
Que ainda não partira...
Que mesmo presente,
Sentido em seu peito,
Já lhe dava sinais
Da distância que lhe doía!

Não há, agora, mais
Os afagos e as carícias
Dos amantes entregues
Ao êxtase do Amor Intenso!
Nem os risos e as juras,
Que tão bem viviam
Entre os lençóis e as cobertas
Do ninho que construíram...!

Somente uma tosca distância,
Sem sentido,
Habita o que antes era
Ocupado por palavras, urros e gemidos!

Ai, que um sonho se faz
No brilho do olhar dos Amantes,
Entregues por completo
Ao incerto que o Amor nos conduz,
Sem saber voltar
Ao porto seguro da razão
Que os tolos tanto lhes cobram...!

Ainda agora, estavam juntos!
Mas a amargura e a ignóbil distância
Não lhes vence o que
Na lágrima que pelo rosto corre,
Reflete na forma doce,
E puramente alucinada,
De amar o desmedido Amor!


Jorge Alberto Neves*
03/09/2006 - 23:41:40

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Assim Caminha

Aprisionados em medos e idéias,
Pelas avenidas de cidades horríveis,
Caminham os homens
A passos perdidos...!

Embalados por ideais e ordens,
Que de suas vidas não possuem Amor,
Caminham os soldados
A passos largos!

Alinhados em fila a entrar na escola,
Plenos das fantasias e dos sonhos de seus pais,
Caminham as crianças
A passos tímidos...


Todos conduzidos por ordens alheias...
... todos perdidos em pensamentos
Que não são seus...
Assim caminhamos nossas vidas
De um ponto a outro,
Trilhando, suando e ansiando
Um dia, chegar a lugar algum...

Dos passos que dá,
O homem somente uma verdade aprende:
Não mais pode voltar à inocência
Do tempo em que, parado,
Somente ao seu coração ouvia!
...
Era dono de seus pensamentos
... e, hoje, perdeu a própria vida!


Jorge Alberto Neves*
31/08/2006 - 08:37:45

* obra protegida por copyright

Palavras de Amor

Quem me dera,
De minha boca
Só me saíssem
Palavras de Amor!

Às vezes, exausto e perdido,
Me entrego sem resistência
À tentação de ser igual...!

Em muitas das vezes,
Não enxergo o pedaço de verdade
Que paira diante de mim,
Pendente dos céus
Como que por um astro, pendurado!

Assim, vivo perdido
Entre a insanidade e a razão,
Sonhando com o dia
Em que só direi palavras de Amor!


Jorge Alberto Neves*
21/04/2006 - 10:53:20


* obra protegida por copyright

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Adentrando

Em toda tua carne,
Me penetro feito selvagem,
Sorvendo os teus fluidos com loucura...
Fazendo de tuas entranhas o meu banquete!

E, eis-me que gozando em meu deleite,
Te tomo fêmea aprisionada,
Pois por meu gozo, estás enfeitiçada!

Gemes como gata no cio,
Mas não brigas quando
Te invadir, me preparo!

Abres tuas coxas e convidas
Pois sabes como meu corpo te satisfaz!

E com gritos que aos tolos
Causam a inveja de não poder amar,
Deliras feito louca a uivar meu nome...!
Para, depois,
Caída na cama, perdida em lençois,
Sorrir o cansaço da tarefa árdua,
Que é entregar-me o corpo,
E não mais, de tesão, parar...

E, quando te procuro,
Para de novo te devorar,
Corres assustada,
Pois faminto com meus olhos vou te caçar...

Tu Não foges... Pedes mais!
Tomas meu sexo com aflição,
Para de joelhos, submissa, aos meus pés,
Engolir-me quando explodo em tesão!

Jorge Alberto Neves*
08/12/2006 - 21:42:38

*obra protegida por copyright

sábado, outubro 21, 2006

O Prazer e a Poesia

Que as flores do campo,
E os animais da floresta festejem,
Pois em meu jardim brotou mais uma rosa!

Vermelha como o sangue que me ferve,
Doce como o calor das palavras puras,
Linda como tua imagem se marca em meu peito!

E tu és a rosa linda...!

Nada me é esforço,
Quando me perco em versos,
Escrevendo poemas de um tolo enamorado...
Tudo para mim é alegria,
Quando em tinta e papel,
Retrato minha louca forma de amar...

Meus poemas, são minha forma de vida,
Andando por entre caminhos perdidos
Para encontrar-me na Luz de teu lindo sorriso!

Os meus sonhos voam alto,
Quando te dedico em versos,
O pedaço de mim,
Que insiste em ser intenso!!!

Jorge Alberto Neves
20/10/2006 - 23:34:23

sexta-feira, outubro 20, 2006

Veu de Seda

"Que a noite te embale em seu véu de seda,
Ninando teus sonhos de menina linda,
Sob o céu formoso que agora se faz...

Que teus sono seja bom...
... teu descanso, restaurador!

Que meus versos te convidem ao
Sonhar as loucuras de um Amor intenso,
E que, entre os lençois de tua cama,
Possas provar o meu mais doce beijo!"


Jorge Alberto Neves*
20/10/2006 - 23:04:02


*obra protegida por copyright

sábado, agosto 26, 2006

Me Arrasto em Correntes

Nem o ar que respiro
Vale mais que tua presença,
E os segundos que passo em tua ausência,
São, agora, os carrascos
Que me matam aos poucos,
Sufocado, com a vida distante de mim!

Busco forças na imagem
De teu rosto, em minha memória!
Sobrevivo às últimas,
No esforço extremo
De seguir sem respirar teu perfume!

As horas passam!
A distância aumenta!

Me arrasto em correntes,
Da dor de não te poder beijar!


Jorge Alberto Neves*
02/04/2006 - 16:26:58


*obra protegida por copyright

Criancas Alegres a Brincar

A Dor e o Amor
Brincam em meu peito,
Feito duas crianças alegres,
Consumindo minhas forças,
Na saudade que meu corpo
Sente do teu!

Teu bailar, teu olhar!
... Teu cheiro e doce sabro!
Me fazem a falta
De um alimento dos deuses,
Como a ambrosia no Olimpo!

E, por mais que mil concubinas eu tivesse,
E seus carinhos, beijos e afagos,
Me fossem perpetuamente oferecidos,
Nada disso apagaria
A ausência tua,
Que me doi na alma,
Como a cruel ferida
Da arma de meu cruel inimigo!

Rio de mim mesmo,
Pois, enquanto sofro nestas linhas tolas,
De um poeta saudoso e apaixonado,
A Dor e o Amor,
Agora, chamam a Saudade,
E, à distância, começam a brincar!


Jorge Alberto Neves*
01/04/2006 - 09:46:49


*obra protegida por copyright

O Presente do Menino Abandonado

O carinho de teus cuidados,
Me embala em suave ternura,
Embora não te veja o rosto
No dia que passa
E não ouça tua voz suave e doce...

Como se fosse um sonho,
Imagino encontrar-te e rir-me!
Feliz estaria eu,
Se tua presença se me fizesse como presente
De um menino abandonado
E longe de sua casa!

Mas, acordado, então
Pelo dever de ser adulto, outra vez,
Deixo minhas palavras como
Lembranças da loucura
E da ternura com que,
Mesmo longe, tu cuidavas de mim!


Jorge Alberto Neves*
04/03/06 - 10:20:10


*obra protegida por copyright

Um Tolo Sonho Infaltil

I

Minha morte se anuncia,

Mas não aquela que à carne deteriora...

Vai-se minh'alma errante,
Em um mundo que
Me é por demais hostil!

Não sobreviverei e nem minhas idéias irão!
Apenas, me tornarei lembrança longínqua,
Destas que so nos vem em dias de finados...

Além disso, estarei morto
E como um sonâmbulo eu serei!
Condenado ao pesadelo
Que se tornou minha vida de doce e tolos sonhos infantis!

Ah! Como os pensei verdadeiros!
... Como dei meu sangue
Por algo que, agora, se torna tollice;
... Assume a forma que todos,
Ao meu redor, atribuíam!


II

Como vencido, eu tombo na batalha!
Perdi o sentido e não sei mais por que lutar!

Passo dias, nada mais!
Existo perdido em meus pensamentos insanos...
... morro a cada dia
Por não mais viver
A vida que sonhei para mim!


Jorge Alberto Neves*
28/02/2005 - 13:46:48


*obra protegida por copyright

sexta-feira, agosto 25, 2006

A Rosa, O Barco e o Voar

(I)

...Uma rosa cresce à beira do cais
é linda pois o mar assim a fez...
Ah... Banhar-se às águas quer demais
Para ser gaivota e voar talvez...

Poesia...! Ah!... Poesia!
Navega a vida como navio solto
sem corroer-se com a maresia
Apenas nadar todos os mares é pouco

Para o pequeno barco a sair de mim
Abandonando-me como um viandante
Numa maneira louca, descontrolada assim

Ao meter-se por entre os mares
Do abismo profundo, sem fim,
Numa ânsia de viver, de navegares!


(II)

Em terra firme me sinto eu!
Sou o próprio chão que piso,
Como o barco que era corpo meu
A vida que em mar naveguei, como preciso

Ser aventureiro e desbravar
A mata linda que desconheço!
Ver! Sentir! Aprender a chorar
Ao compreender a vida em seu profundo começo!

Não pertenço mais ao mar, talvez!
Amo à terra firme do barro que vim
E do sopro que me adentrou de vez

Os caminhos de meu eu sem fim
Animando-me a vida divina
Conduzindo-me à loucura de amar assim!


(III)

Parar à margem, à praia...
Observando a natureza tão bela.
As gaivotas voam e como baila
Minh’alma enquanto a viagem espera!

Ao fim que todos sonhamos
Às terras d’além mar!
Ah!... Paz é tudo o que buscamos
Partir! Navegar! Sem saber voltar

Ao porto de minha infância perdida
Nas lembranças que estranho ser eu
D’um passado na vida vivida

Ao sabor d’uma loucura qualquer
Vendo! Aprendendo, talvez a amar
A busca louca que Amar somente quer!


(IV)

Outras terras e mares virão
Com a maré que traz todos os sonhos
Do menino ao qual o peito invadirão
Os sentimentos de um homem tristonho...

Incompreendido na sua natureza
Em sua própria concepção de ser
À mercê do mundo e da malvadeza
Por Amor alucinado no peito ter!

... Somente ao mar minha alma é livre
podendo voar por onde quiser
E não um trapo humano que apenas vive.

Saborear a brisa fresca que Deus me deu
Banhar-me nas águas que são lindas
Decifrando todo um enigma de ser eu!


Jorge Alberto Neves*
06.02.88 – 17:00:00


*obra protegida por copyright

Um Lindo Dia Lindo

Mas hoje é um dia tão lindo
daqueles nos quais o Sol
nos queima as costas
conforme andamos pelos campos
observando os passarinhos a cantar

Mas olha que coisa mais rica,
o verde da grama realçando
com o azul do Céu e o
branco das nuvens, altas,
passeando de lá para cá,
nos dando um “que” de inveja
por não voarmos tão fácil assim...

Com certeza, minha alma, livre, agora,
voa os céus da beleza deste dia
que me tocou tão puro, hoje.
Mas eis que, mesmo com as
pesadas nuvens que vejo ao longe,
Não se me perde a memória
deste dia tão lindo
Que me alegrou a alma!



Jorge Alberto Neves*
11.12.01 - 16:19:51


*obra protegida por copyright

As Coisas Simples

Escrevo sobre coisas simples
porque são elas que me emocionam
a Alma!

Mas das muitas coisas simples que me
tocam de modo profundo,
o sorriso de uma criança
é o que melhor traduz
a Loucura de minhas palavras!

A menina sorri...
Sorri porque ama à tudo.
... Nada cabe em sua alma
senão o Amor.
E, por isso, diante do horror da
Morte - com certeza para aqueles
que são mortais, não eu - ela sorri,
pois em tudo vê o Amor!



Jorge Alberto Neves*
22/12/00 - 23:40:00


*obra protegida por copyright

A Poesia, A Música e a Insanidade

A poesia, a música e a insanidade
Insistem em visitar meus sonhos
De modo a que eu me perca
Em devaneios, em nuvens
E não veja onde pousa minha alma doída e inconformada.

Imagens em minha memória
Traem meus amores e ódios.
Experiência perdida é o meu passado
Apaixonado, que de bom, nada restou!


Somente ficou a dor traduzida em verso!
... há, apenas, um remorso de
não ter sido intenso, desmedido...!

Há a saudade do que não se foi
E a dor de nada ter tido de bom!
Hoje, a memória que há
É um amontoado de tristezas...
Coisas irrealizadas, atos não havidos,
Amores perdidos, amizades desgraçadas...

...

Mas o que acho é que a
Poesia, a música e a insanidade
Me atribuem uma lucidez estúpida
De somente ver erros em mim mesmo
Sem encontrar a doçura dos versos,
Da alegria das palavras,
Da doçura do toque e o frisson das carícias!

... Sim! Deve haver algo de digno
que a lucidez não atinja!
... algo que a música possa embalar,
a poesia em versos exaltar
e a insanidade, a irmã de todos nós,
tempere com a doçura selvagem
de ser puro e inocentemente
amante, criança, poeta!


Jorge Alberto Neves*
06.07.02 – 11:41:00



*obra protegida por copyright

sábado, outubro 01, 2005

Bites & Bytes

Às vezes me pego
Discorrendo sobre bites e bytes
Em uma forma decadente
Como se não mais houvesse esperança
Ou idéia do que se fazer
Em um futuro que não sabemos se virá!

E mergulhando em redes e servidores,
Faço os uploads de idéias
Ao passo em que realizo
O download daquilo
Que os outros pensam de mim...!

É impossível estar só,
E para mim isso me é
Como uma tortura insana...

Tudo conectado!

Todos interligados aos roteadores,
Prendendo-nos às redes e sistemas
Até perdermos a mínima identidade de nós mesmos!
Para sermos, ao final,
Nada mais do que bites e bytes
Perdidos em uma série lógica de um dísco rígido qualquer!


Jorge Alberto Neves*
16/09/2005 - 11:22:55


* obra protegida por copyright

Foste Embora de Manhã

Depois de buscar entre os lençois
E as roupas jogadas ao chão,
Sem cerimônia,

Busquei o que de mim levaste,
Ao acordar de nosso delírio em luxúria!

Nada vi que não me fizesse a menor falta,
Somente em volúpia tu roubaste minh'alma!
A inspiração de tuas palavras,
Nelas vejo o meu criar...

Como no bailado mágico
Que ainda há pouco dançávamos,
Entre sussurros, gemidos e juras,
Explodindo em gôzo puro e alucinado!

De mim, levaste a alma de um santo!
Deixaste a vontade de desejar-te para sempre!

Foste embora de minha cama,
Antes que o sol raiasse,
Deixas em minha cama e peito,
A lembrança de nosso Amor,
Em prazer e e gôzo devorado!!!


Jorge Alberto Neves*
01/09/2005 - 07:30:00


*obra protegida por copyright

Enamorados

O Amor e o Desejo me atormentam a Alma
No momento em que um me abandona
E o outro insiste em me escravizar!

E, na angústia da batalha há muito perdida,
Já nada mais espero senão as lágrimas
Dos amantes de coração partido
Confundindo a Paixão tão intensa e desmedida,
Com a doçura de juras eternas e inocentes
Pronunciadas pelos enamorados à luz da Lua!


Jorge Alberto Neves*
23/09/2005 - 12:11:09


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domingo, setembro 11, 2005

O Desejo de Um Menino

Queria ser poeta um dia
Para dizer às pessoas do mudo
como amo à vida, ainda que sofrida,
Vivida e gasta em singelo segundo

Embalar namorados nos versos amorosos
provocando juras e promessas de amor eterno
permitindo a eles, neste momento gostoso
viver suas vidas sem lembrar do mundo externo.

Assim, como poeta, seria imenso!
Fazendo da vida alheia algo mais bonito
permitindo a eles viver por intenso

O amor puro, completo, infinito!
Dando frutos, exemplo, quando penso
No calor do amor em verso escrito!


Jorge Alberto Neves*
04/02/2003 - 09:39:02


*obra protegida por copyright

O Guerreiro Sem Batalhas

Eu sou um guerreiro sem batalhas,
Largado e esquecido,
Abandonado à sorte,
Sem ao menos ter inimigos a enfrentar.

Os que me amavam e admiravam
Já se foram com os anos que
A tudo corroem e apagam,
Nem lembranças, nem alegrias, nem dores.

Não há mais preces para que volte vivo!
... não há mais velas acesas e
promessas a serem feitas aos Deuses...
Apenas a dor do ser inútil,
Improvável, obsoleto, derrotado...
... o guerreiro vencido pelo tempo!

Nada mais sou senão a lembrança
De meus feitos heróicos.
Sou os versos que compunham aqueles
Que tinham em conta os meus atos!

E hoje, que não há preces, nem velas,
Nem canções, nada sou senão sombra
Alheio a tudo...

Resumido a um inútil guerreiro sem batalhas...!


Jorge Alberto Neves*
13/05/2002 - 00:00:30


*obra protegida por copyright

A Criança

Foi naquelas mãos infantis
Onde depositei minha vida...
Com um sabor de certeza
Na glória que meu coração alcançaria!

Absolutamente lúcido, entreguei
Minh’alma alucinada
Num sorriso lindo vindo
De lábios tão novos, intocados!

Meus sonhos não se foram...
Ainda agora os vi no peito
Da criança feliz...

Cintilavam feito estrelas da Alta Noite
Como a Via Láctea a banhar o Céu.
E, agora, encontro-me feliz!

Encontro-me naquela criança linda,
Mágica, multiforme,
Sou pleno, cheio, sou eu!

Achei meu coração no peito inocente...!
Encontrei-me na criança feliz que fui!


Jorge Alberto Neves*
04/02/00 – 13:34:05

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quinta-feira, agosto 18, 2005

Os Olhos, o Prazer e o Pequeno Instante

Em um momento em que te fito os olhos,
Já me perco em pensamento solto,
E repouso frouxo, por um instante
Em minha solidão eterna e nua.

No momento em que meus lábios te tocam,
Me faço eterno e por inteiro.
Viajo o meu bater o peito, forte,
E o ar que me entra e sai com força
Da emoção que me embriaga!

No instante em que teu corpo eu possuo,
Me faço eterno em ritual sagrado,
Repetido por todas as eras,

E, fitando teus olhos, beijando tua boca,
Adentrando tua carne, por completo,
Morro por um singelo instante,
Quando perpetuando o melhor que há em mim,
Explodo em prazer em ti!
...
Te embalo em gozo sem juízo...
... te transformo de menina em mulher
Que, no simples momento de um bailar frenético,
Se faz eternamente minha, na doce lembrança
Que habitará para sempre em meu coração!


Jorge Alberto Neves*
16/08/2005 - 11:37:38


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quinta-feira, agosto 04, 2005

A Menina e a Dor

Não há o que temer nas trevas,
Se em nosso peito habita a Luz!
... Quando há Amor em nossos olhos,
Todos os caminhos se tornam claros...

Tudo são fases e a roda sempre gira...
Nunca para... nunca cessa...
Vamos e voltamos para o porto de
Nossas Infâncias perdidas...

Sei que o mostrar é da tua natureza,
Porém, cuidar-se e recolher-se,
Em alguns momentos sofridos,
É a mais sábia das ações
Quando em nosso peito nos toca a Dor!

Este caminho sombrio e de medos!
Este trilhar tão sofrido e dilarecante...
A Dor!

Siga teus passos, menina inocente...
Que em teus braços
Virá a Paz e a Ternura,
Como eternas companheiras de teus dias!


Jorge Alberto Neves
*
04.08.2005 - 17:37:31


*obra protegida por copyright

quarta-feira, julho 27, 2005

Te possuirei um dia

Te possuirei um dia
Em lençois de algodão
E puro cetim!

Com teu corpo sob o meu,
Para viajar contigo
Os nomes do prazer
E ir alem...!

Ancorar meu barco, depois,
Em um porto seguro
Em teus braços...

Fazer-me navegante
Em tua forma nua
Para repousar solto, depois,
Em teu peito a bater forte em Amor!


Jorge Alberto Neves*
16.09.2004 - 00:28:00


*obra protegida por copyright

Os Rabiscos e a Mesa

Riscaria meus poemas
Em tua pele nua se pudesse!
Fazendo de ti,
O grande livro de meus delírios eróticos,
Posta em uma mesa de banquetes,
Para, após escrita,
Seres o alimento de minha volúpia,
Em Êxtase e Luxúria,
Pois eu te sorveria inteira, se deixasses!

Em ti, eu fugiria no tempo!
Bincaria com os momentos
Imensos de meus gôzos intensos
Quando te faria minha fêmea,
Minha escrava, meu deleite...

E, ainda posta em minha mesa de banquetes,
Ao abrir mágico de tuas pernas intensas,
Mergulharia no delírio
De teu corpo enfeitiçado e doce
Para nunca mais me achar,
Porque em Luxúria imensa
Tu e eu iríamos nos perder!

Teu corpo, meu livro!
Tuas coxas, meu repouso!
Nosso ballet, uma dança dos Antigos!
Nosso gemido, o uivo primitivo
Do primeiro homem a gozar!

Que seja sagrado o momento
Em que te adentro!
E se com a pena e a tinta
Rabisco meus delírios em tua pele,
É porque, com meu sexo,
Para sempre hei de te fazer minha!


Jorge Alberto Neves*
16/07/2005 - 15:03:00


*obra protegida por copyright

sábado, julho 02, 2005

O Cavaleio e a Paixão

Sou um cavaleiro errante
De todos os caminhos que desconheço!
Busco a todos, em todo instante...
Luto por uma dor que não mereço!

Ao toque de minha espada
Mulher minha, tu donzela, então serás!
E da terra tão distante, imaginada
Em meu peito, tua morada, encontrarás!

Minha mente, tu habitas, já sem pressa!
E meu corpo é o templo em que vives!
És a dor e a paixão que não cessa!
És a glória da vitória que obtive!

Contra o monstro da desgraça revelada
Minha amada alí ferida, abandonada.
Ao tomá-la contra o peito, ensanguentada!
Tive em ti, minha paixão já revelada!


Jorge Alberto Neves*
(sem data)


*obra protegida por copyright

Me Manifesto Em Volúpia

Me manifesto em volúpia
Mergulhado em uivos,
Gemidos e sussurros
Embebidos em água, suor e saliva,
Enquanto te penetro
Vivendo em orgasmo delirante!

O quarto, incensado
Com nosso cheiro de amor,
É o Templo de nossa devassidão
E luxúria!

E tu, minha loba no cio,
Com teu corpo em minhas mãos,
Vou embalado em teu
Cheiro de fêmea
Penetrando teu sexo
Enquanto sorris olhando para mim!

Me pareces anjo,
Mas és um demônio
Pedindo e implorando meu
Líquido precioso em tuas coxas
Para depois oferece-lo em holocausto
No altar consagrado aos Deuses!

Nosso ritual é a viagem que
Realizo contigo, e cada passo,
Sem hesitação ou covardia,
É meu caminho do prazer da dor
No labirinto que sou eu
Tentando encontrar a mim mesmo!

E, depois,
Não terei a dor da saudade
Pois esta não cabe em meu peito.
Não haverá solidão após nosso ato de amor...

Para sempre estarei em ti
... Para sempre estarás em mim...
Ungidos pelo gozo de
Nossa paixão
Incensados pelo cheiro da última noite!


Jorge Alberto Neves*
03.10.2004 – 15:46:04


*obra protegida por copyright

Ninho do Prazer

Em amarras explodo
Já no ninho, escondido
Entre braços e pernas abertas
Vou abrindo teu doce caminho!

Teu sorriso é o farol que me guia
Neste oceano que é teu corpo infindo
Em tuas águas mergulho sem dor
E penetro teu corpo com amor!

Sorvida serás neste ninho louco!
E, aos poucos, tua carne me será servida!
De teu sangue matarei minha sede
E, em teus pelos, perderei minha língua!

Vencida, estarás ao final!
Ofegante e suada ao extremo!
Neste ninho de pecado e doçuras!
Pois, teu corpo eu sorvi por inteiro!!!


Jorge Alberto Neves*
07/12/2004 - 17:15:19


* obra protegida por copyright

segunda-feira, junho 06, 2005

Os Livros e as Rosas

Olho para uma sacola
Jogada ao canto,
E, nela deposito
Todas as esperanças do
Que já não fui.

Esqueço em seu interior,
O passado já partido,
O momento tão vivido,
A lembrança que já se foi!

... Tudo é passado,
Como as lembranças
Da bilbioteca que somos...
...
Nada mais passamos, senão,
De amontoado de livros de memórias,
Das alegrias e dores,
Vitórias e desilusões...
Ai, como somos...

Minhas prateleiras empoeiradas,
Guardam os volumes que vivi,
E quando os leio,
Vejo que o passado vem e vai,
Na forma das flores
De meu jardim de emoções...
Ai, que rosas lindas eu sou!

E, nos passos loucos que dou,
Nada mais sou que andarilho
Buscando o que não sabe,
Nem quem ao menos é...
... mas busca sempre...
... quem sabe se encontrará, um dia,
Quando avistar a Bela Biblioteca,
Cercada de um jardim de
Rosas em botão!


Jorge Alberto Neves*
23/06/2004 - 12:28:04


*obra protegida por copyright

Uma Mulher Ao Leito

Mulher que deitas ao leito comigo,
Tu és a tela onde minha obra eu crio
A folha em branco onde meus versos rabisco
E teu corpo é a argamassa onde fêmea eterna
A tenho para sempre no cio!

Tuas curvas desbravo
Tal qual um conquistador insaciável.

Teus segredos, revelo,
Para então, dominar-te inteira!

Tu és menina,
Tu és idosa,
Tu és madura,
Mas sempre serás mulher!

No teu sorriso ingênuo
Crio o gemido do prazer proibido,
E em teu olhar infantil
O espanto ao teu corpo, por completo invadir!

A ti, minha formosa deusa,
Sejas Demônio, Musa ou Ninfa,
Aceita este poeta que em toscos versos te pinta
A dizer a paixão e desejo que em meu coração habita!


Jorge Alberto Neves*
12/09/2004 - 11:55:10


*obra protegida por copyright

sábado, maio 28, 2005

Tempo Ocioso

I

No tempo que passa
Dos minutos que espero,
Navego meus mundos perfeitos
Pensando encontrar grande coisa!

No vazio que se fez,
Encontro um nada em mim mesmo!
Estou tão vazio,
Tão sozinho e tão distante,
Que já nada encontro,
A não ser um rosto alheio
Olhando para mim em um espelho!

Quem me dera encontrasse um amigo!
Como confortaria a doce palavra,
De um olá qualquer...!
Mas eis que eu, tão mortalmente ocioso,
E já há muito longínqüo,
Me perco em versos tristes
Enquanto os minutos passam e
Não os vivo!


II

Ainda agora, me veio uma vontade,
Daquelas que nos anima o peito
E nos enche de orgulho!

A vivi em intenso e frenético segundo
Que, depois, foi seguido,
Pela dor de um nada ter realizado!

Meu coração não tão novo e dolorido,
Carente em sua ânsia de a tudo amar,
Faltou ao dever de desejar
Aquela vontade incontida!

Nada fez e nada se produziu!
Jaz, agora, a vontade morta
Entre escombros de mágoa,
Junto a moribundos bens-me quer de alguem!

Sorri em seu momento último!
Vai-se embora pois da vida
Só a mágoa, com doçura, lhe visitou...!


Jorge Alberto Neves*
27/05/2005 - 17:29:54


*obra protgida por copyright

segunda-feira, maio 16, 2005

Transcendental

Às vezes desejo me transportar pelo tempo-espaço,
Sentir o correr do tempo...
Ver o innexplicável, sentir o incrível...

O cosmos emana energia
Que faz com que eu prossiga a viagem;
Sou um cosmos dentro do Cosmos...

E nessa energia transcedental,
Me guio no tempo,
Vejo as descobertas... as guerras...
O início da vida, que nasce em mim agora.

Essa energia que chega até mim
É pura e me faz crescer, expandir...
E EXPLODIR... feito uma estrela supernova
Virar pó na ânsia de viver...

...Agora sou a própria energia transcedental
Que vaga agora pelo universo
Procurando algo essencial...

Em mim, nascerão outras estrelas
Como a Phoênix das cinzas
Que me ajudarão na procura...

Sou livre, solto... sou eu...
No sentido completo do Eu...
... À procura do Amor.


Jorge Alberto Neves*
1982


*obra protegida por copyright

sexta-feira, maio 13, 2005

O Sonho e A Vigília


I

A fronteira entre minha fé
E a descrença,
Nada mais é do que
Espasmos insanos
Em meio à lucidez idiota
Que os outros esperam de mim!

E entre os sonhos e a realidade,
Vou cambaleante entre sombras
Perdidas em minha mente
Agonizante...
...!
Já sou demente ao não
Sentir ao nada em mim mesmo!

Qual nada mais vale
Senão passar eras entre
Os sonhos e a vigília...

II

Vivo meus sonhos
Como fuga do presente que não sou!

A vida que tenho,
Me a desejaram!

Da vida que gostaria,
As chances me as aprisionaram!

A vida que tive,
Colocaram-na em um porta-retrato, na estante...

Nos suspiros e nas lágrimas
Que ora correm por meu rosto,
Deposito a esperança
De um dia acordar...

O que querem? O que realmente
Desejam eles?

Ainda não sei...
Apenas sinto os grilhões
Às minhas mãos apertar!


Jorge Alberto Neves*
18/02/2005 - 10:48:25

*obra protegida por copyright

quarta-feira, maio 11, 2005

Vadio, Errante, Perdido!

Quem me dera fosse eu um vadio ao canto
Deitado à relva, observando tuas formas nuas
Para depois deitar sobre teu corpo quente
E dar um sentido à minha existência errante...

Quem me dera pudesse ser largado e sem rumo,
Para, ao final da jornada, depois de tudo,
Poder encontrar meu destino em teu seio de fêmea-mãe eterna...

Quem me dera, vadio que sou, poder ser completo e intenso
No bailar de teus quadris ao dançar entre tuas coxas divinas...

Quem me dera pudesse eu fazer-me eterno
Ao ter-me a semente depositada em teu ventre...

Quem me dera, vadio, errante, perdido, encontrar meu último destino e propósito,
No dar-te o prazer extremo do tesão sublime!

Quem me dera... Ah, meu Deus... Quem me dera!


Jorge Alberto Neves*
01/10/2004 – 22:31:00


* obra protegida por copyright

segunda-feira, maio 09, 2005

Poesia

Meu amor que nunca vem
Nunca parte, nunca volta,
É minha tortura insana
Dos desejos que não possuo
Negando a mim mesmo
Como ao amante,
Chorando sua partida eterna
Sem jamais, nem nunca
Ter partido!

Meu mundo plástico e de ilusão,
Me embala como presente aos Deuses,
Em meu sacrifício profano da paixão
Que já se foi e nunca volta...

E onde estou, não importa!
Apenas não sou, não importa!
Todo o tempo, será talvez,
Mas não importa!

O tempo passou para
O meu amor partido,
Já ido!

Foi-se de mim,
Como nunca perdi ninguem!


Jorge Alberto Neves*
15/09/2003 - 11:58:12

*obra protegida por copyright

"Everything That Has a Beginning, Has an End"

I've started this blog in order to post my poems, my thoughts and anything I consider valuable, in English and Portuguese.

Hope you all enjoy it!

Best regards!!!

Jorge